12 de Setembro de 2014 0 comentários
Desenvolver um projeto de design não é uma tarefa fácil, porém nós designers podemos contar com algumas técnicas que funcionam como ferramentas de apoio para alcançarmos a solução de um problema de forma criativa.
Percebi que não é tão comum encontrarmos artigos em blogs de design que se dediquem a ensinar essas técnicas e quando encontramos eles costumam citar apenas o tão conhecido “Brainstorming”.
Acredito ser extremamente importante que nós como profissionais de criação não apenas conheçamos mas também dominemos essas técnicas, afinal de contas são elas que nos ajudam a alcançar resultados realmente profissionais, são as técnicas de criação também que separam os designers dos “micreiros”.
O benchmarking é uma das melhores técnicas de criação dentro do design por vários motivos, mas em especial pelo fato de ela poder ajudar o designer a conhecer melhor um determinado segmento do mercado e também a poder criar dentro de uma margem segura, vou explicar melhor isso no decorrer do artigo.
O benckmarking é uma técnica relativamente simples e altamente eficaz, é a primeira técnica que utilizo quando vou iniciar um novo projeto, especialmente se esse novo projeto é sobre algum segmento que eu tenho pouco ou nenhum conhecimento.
Talvez você até já fez um benchmarking e nem sabia. Se algum dia você foi criar uma marca ou desenvolver uma peça gráfica mas não tinha a mínima noção de por onde começar e foi correndo para o Google e pesquisou projetos semelhantes ao que você deveria desenvolver saiba que você realizou um benchmarking (talvez não dos melhores, mas fez).
De maneira bem simples e direta o benchmarking nada mais é do que avaliar aquilo que já foi criado no mercado para que você possa projetar dentro de um padrão já reconhecido por esse mercado.
Daí agora você pode estar dizendo “mas isso não limita a criatividade?”. A resposta para essa pergunta é “Não”. Fazer um benchmarking não significa que você irá ficar limitado a criar coisas parecidas com o que outros criaram, é importante entender que se um determinado segmento de mercado utiliza padrões semelhantes em sua marca, por exemplo, é bem provável que exista um motivo bem coerente para isso.
Vamos tomar como exemplo as marcas de montadoras de automóveis, você com certeza já deve ter percebido que elas seguem um padrão bem claro com relação a certos elementos como a textura com elementos metálicos, por exemplo, e o fato de elas tenderem as formas tridimensionais com cores que derivam do prateado como mostrado nos exemplos abaixo.
Essas características das marcas de montadoras de automóveis já são diferentes das características identificadas nos escudos dos times de hóquei no gelo que tendem a mostrar animais e personagens, tipografia bem grande e chamativa e cores bem fortes e diversas como mostrado no exemplo abaixo.
Percebe como os elementos gráficos de cada segmento tendem a ter características próprias? O motivo pelo qual cada uma dessas características está lá é uma outra questão que não discutiremos aqui pois o benchmarking ajuda você a pular essa etapa de identificar elementos que são familiares para aqueles que são o público alvo da sua marca ou peça gráfica.
É importante entender também que o benchmarking serve não apenas para reconhecer as coisas que foram criadas no mercado mas também para identificar os erros cometidos nos projetos encontrados nesse mercado.
Muito bem, imagine que você foi contratado para desenvolver o projeto gráfico do cartão de visitas de um advogado. Imagine agora que você jamais desenvolveu um cartão de visitas e também nunca projetou nada para um advogado.
Essa é a situação ideal para realizar um benchmarking. Primeiramente você vai coletar cartões de visita para conhecer melhor esse elemento, se puder coletar cartão de visita de advogados é melhor ainda.
Estamos falando do exemplo do cartão, mas pode se aplicar a qualquer tipo de mídia ou peça que você irá projetar como cartaz, capa de revista, banner, outdoor, site, flyer etc.
Depois de coletado os seus cartões que servirão de estudo, coloque-os lado a lado e procure identificar e listar pontos positivos e negativos em cada um deles.
É importante nesse momento avaliar os cartões do ponto de vista dos princípios e técnicas do design (que se subentende que você conhece), itens como diagramação, quantidade de informações, hierarquia de informação, quais as informações que normalmente são mostrados no cartão, cores, formatos, dimensões, normas que porventura possam existir, materiais etc.
É importante lembrar que você deve avaliar se esses itens foram feitos de forma correta para que você possa saber também o que NÃO se deve fazer. Escreva em uma folha de papel todos os itens que você identificou, tanto positivos quanto negativos e esteja com essa folha sempre a mão para consultar constantemente durante o processo de criação.
Lembre também de buscar referências nos lugares corretos, é sempre bom ter os melhores projetos como referência, vou recomendar aqui dois que sempre utilizo para benchmarking que são o já conhecido Behance e o Ads Of The World. (COLOCAR LINKS)
Depois de avaliar a mídia que você tem disponível (no caso o cartão) e as ideias que já foram aplicadas no mercado comece então a esboçar as suas ideias e propostas, sempre lembrando que quanto mais rascunhos você fizer maiores são as suas chances de encontrar uma solução criativa.
Viu como é simples? Fazer um benchmarking não é um bicho de sete cabeças, nada mais é do que conhecer o mercado no qual o seu projeto está inserido avaliando aquilo que já foi produzido e reconhecendo quais são as tendências dentro daquele mercado. É nesse momento que começamos a adquirir referências para o conceito do projeto que estamos desenvolvendo e começamos a embasá-lo dentro das técnicas de design.
O benchmarking não é uma técnica para ser utilizada isoladamente, ela é uma das várias ferramentas de criação, assim como o brainstorming, que um designer pode e deve utilizar no seu processo de criação.
Você pode ler o artigo completo em: Choco La Design
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